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Gafas com filtro azul para proteger a vista: compensa pagar mais por estes cristais?

Trata-se de um filtro para proteger aos olhos da luz que emitem os dispositivos eletrónicos mas não todos os experientes abogan por estas lentes

Ana Siles

harpreet singh XbPhaw x0i0 unsplash (1)

As gafas graduadas não são nenhum capricho, mais bem uma necessidade. Quando toca comprar umas novas há muitos factores que entram em jogo para determinar o preço final como a marca, o tipo de arreio, a graduación das lentes ou o cristal.

Nos últimos anos, os cristais com filtro azul têm cobrado força. Servem para bloquear ou reduzir a luz azul emitida pelos dispositivos eletrónicos como computadores, telefones e televisões. Um extra que não é apto para todos os bolsos.

Evitar o envejecimiento prematuro do olho

Os cristais com filtro azul servem para filtrar longitudes de ondas mais energéticas que costumam emitir os ecrãs LED. Explica-o a Consumidor Global a optometrista Ana Honrubia.

"Com a atual exposição que todos temos aos ecrãs, nosso sistema de visão pode se ver afectado e o olho envelhecer de maneira prematura", acrescenta.

Um público concreto

No entanto, as lentes com filtro azul não são para todas as pessoas. A citada experiente recalca que estão pensadas para aquelas que passam muito tempo expostas aos ecrãs LED, sobretudo, em computadores.

Assim, o objectivo principal é reduzir o possível envejecimiento prematuro do olho e e contribuir determinado "confort" à visão ao diminuir as longitudes de onda. O efeito óptico destes cristais deve ser uma visão mais cálida e com menos brilho para reduzir a fadiga ocular derivada de longas exposições a dispositivos eletrónicos.

Dúvidas sobre sua eficácia

As gafas com filtro azul não convencem a todos os oftalmólogos. "Até agora não têm demonstrado evidência científica confiável. Portanto, não deixam de ser um reclamo comercial com interesses económicos detrás", confessa a este meio o doutor Jesús Costa Vila, chefe do Serviço de Oftalmología do Hospital Sanitas CUME.

Uma opinião que vai em linha com a Organização de Consumidores e Utentes (OCU), a qual sustenta que não há estudos científicos suficientes para afirmar que estes cristais reduzem a fadiga ocular, melhora a qualidade do sonho e protegem a mácula (parte da retina encarregada de fazer a visão mais nítida).

Uma mulher mostra suas gafas / PEXELS

Só para casos necessários

Não obstante, há vozes que defendem estes filtros com matizes. Honrubia assegura que as gafas com filtro azul estão pensadas para pessoas que passam muitas horas expostas a ecrãs LED. Em caso contrário, a experiente recomenda usar o filtro antireflejante.

"Atrever-me-ia a dizer que estes estudos e percepções da OCU podem se desprender, concretamente, do uso generalizado das lentes azuis a qualquer utente. Faz um tempo, tinha a tendência, em minha parecer errónea, de aplicar este tipo de filtro de maneira generalizada a qualquer pessoa que usasse lentes de visão", acrescenta.

As gafas de uma pessoa com miopía / PIXABAY

Compensa pagar mais?

Em Espanha, aplicar o filtro azul a umas gafas graduadas pode custar uns 100 euros mais. Uma cifra que pode aumentar ou diminuir em função de factores como a marca, o tipo de cristal ou o arreio.

Do que não há dúvida é que estas lentes dividem ao sector da optometría. Em qualquer caso, experientes como Honrubia vêem nestas lentes um benefício para o olho que se expõe durante longas jornadas aos ecrãs. No entanto, para o doutor Costa Vila não é mais que um reclamo publicitário que de pouco serve.