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'Binge drinking', a perigosa moda em adolescentes onde o consumo de álcool se vê como um jogo

A Associação DUAL alerta deste fenómeno, que consiste numa ingestão alcohólica excessiva no menor tempo possível

Unos adolescentes brindan con chupitos de alcohol PEXELS
Unos adolescentes brindan con chupitos de alcohol PEXELS

O binge drinking consiste em ingerir grandes quantidades de álcool em muito pouco tempo. Praticam-no alguns adolescentes, que o vêem como um jogo ou um desafio, e pode desencadear em situações de risco sanitárias como comas etílicos e outras emergências.

Por isso, a última campanha de Associação DUAL, financiada pela Delegação do Governo para o Plano Nacional sobre Drogas, põe o foco neste ano no aumento entre os menores do fenómeno binge drinking ou bebida em atracón.

O 'binge drinking' e o botellón

"Vive em atracón" é o lema da nova campanha de Associação DUAL para concienciar e prevenir sobre esta forma de iniciar no álcool que é muito perigosa para sua saúde.

O denominado binge drinking "vê-se facilitado pelo fenómeno do botellón, onde os jovens tendem a integrar a ingestão alcohólica como um jogo mais de natureza competitiva", adverte Raúl Esquerdo, psicólogo e director técnico de Associação DUAL.

Que significa atracón de álcool?

O delegado do Governo para o Plano Nacional sobre Drogas (PNSD) Joan Ramón Villalbí considera que o binge drinking ou atracón de álcool é "um consumo episódico, intensivo e que se faz em grupo, num contexto de botellón", e seu maior perigo é que a ingestão compulsiva se centra mais no jogo ou o afrontamiento de reptos e desafios que na bebida como fim em si mesmo.

Para Raúl Esquerdo, "por desgraça", a sociedade familiarizou-se com a prática do botellón e em ocasiões soma-se o facto de que o debut no consumo de álcool em menores "arrasta uma connotación de rito de passagem da infância à idade adulta", lamenta.

Venda de álcool a menores

Um dos principais factores que explicam o binge drinking são os amplos horários de estabelecimentos de "comércio de álcool onde se compra e não se bebe, como lojas de alimentação e supermercados, que vendem álcool a varejo a um preço relativamente barato", aponta Villabí.

Ademais, muitos destes estabelecimentos que vendem álcool até altas horas da noite a um preço asequible "o fazem sem controle aos menores", denuncia o especialista.

Un grupo de jóvenes bebiendo alcohol / EP
Um grupo de jovens bebendo álcool / EP

Uma problemática espanhola

O delegado acrescenta que esta situação é um fenómeno que "só se produz em Espanha, já que muitos países têm proibido beber na rua, fora dos terraços dos estabelecimentos de restauração".

Ainda que também admite que muitas prefeituras se tomaram "em sério" enfrentar o problema e praticamente têm conseguido erradicar o botellón, mas as administrações, em general, têm muito trabalho por fazer.

O início do consumo de álcool

O início do consumo de álcool mais problemático em jovens é em situações de grupo, sem supervisão e quando não têm coisas que fazer como em verão", incide o delegado.

"O álcool nos menores é bem mais perigoso que nos adultos porque o cérebro humano se desenvolve habitualmente até os 21 anos, é um cérebro em crescimento com o qual é bem mais sensível ao dano do álcool", acrescenta o experiente. Ademais, os jovens que têm um contacto precoz com o álcool é mais provável que acabem desenvolvendo dependência.

O papel dos pais

Em relação aos pais, Esquerdo recomenda estabelecer medidas razoáveis de controle e supervisão e estar alerta de possíveis signos nos jovens, já que os progenitores tendem a pensar que seus filhos bebem menos do que realmente o fazem. "Tendemos a ver a nossos filhos como mais pequenos do que em realidade são e sobreestimamos o efeito de nossa capacidade regulamentar", aponta o psicólogo.

Nesse sentido, aboga por favorecer a comunicação de um modo aberto e compresivo, ser flexíveis mas estabelecendo um marco normativo bem definido. "Caímos na armadilha de pensar que controlar é incompatível com confiar", sentencia Esquerdo.

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