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Supermercados Dia vende seu filial de Brasil por 100 euros

A corrente de distribuição espanhola tem lembrado a venda de 100% de Dia Brasil a MAM Asset Management por um preço simbólico depois dos "persistentes resultados negativos"

Teo Camino

El consejero delegado global de Dia, Martín Tolcachir NATALIA APEZETXEA

A corrente de supermercados Dia abandona Brasil, um país ao que chegou em 2001 e no que não tem conseguido fazer com um oco no mercado pese ao esforço e ao investimento económico realizada.

Mais especificamente, Dia tem anunciado a venda de 100% de seu filial Dia Brasil a MAM Asset Management, pertencente ao Banco Master, por um preço simbólico de 100 euros depois dos "persistentes resultados negativos" desta filial.

A estratégia de supermercados Dia

Desta maneira, a corrente de supermercados sai de Brasil para centrar em seus mercados mais rentáveis e com maior potencial de crescimento, Espanha e Argentina, onde actualmente o grupo tem conseguido "uma posição relevante com uma estratégia centrada na distribuição alimentar de proximidade", tem informado a companhia.

Com o objectivo de dotar a sua filial brasileira de meios económicos adicionais para a continuidade de seu negócio durante o processo de recuperação judicial no que se encontra, Dia se comprometeu com o comprador a realizar uma contribuição de fundos em benefício de Dia Brasil por custo de 39 milhões de euros. Ademais, a operação está sujeita a que esta seja autorizada por parte das entidades financeiras do financiamento sindicada de Grupo Dia.

Os resultados negativos da corrente Dia

Como consequência desta operação, o grupo Dia espera um impacto contábil negativo em sua conta de resultados consolidada de uns 101 milhões de euros, segundo tem precisado a companhia numa comunicação remetida à Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV).

Desta quantidade, 39 milhões procederiam da contribuição de fundos comprometida, 30 milhões derivar-se-iam de pagamentos de dívidas financeiras garantidas pela sociedade, 27 milhões de euros proviriam da reclasificación das diferenças de conversão associadas ao real brasileiro e 5 milhões de euros dever-se-iam às despesas associadas à operação.

Um estabelecimento de supermercados Dia / JIMÉNEZ - EFE

Fechamento em massa de lojas

O passado 21 de março, Dia Brasil apresentou uma solicitação de recuperação judicial, um processo de reestruturação baixo direito brasileiro para tentar superar sua actual situação económica e financeira, depois do fechamento de 343 lojas. Mais especificamente, este procedimento é uma alternativa regulada em Brasil que tem como fim o de tentar ajudar à continuidade da operação em empresas com dificuldades económicas e financeiras em dito país.

Esta solicitação produziu-se depois da comunicação o 14 de março de um processo de reestruturação em Dia Brasil devido aos persistentes resultados negativos registados no país carioca. Chegados a este ponto, Dia Brasil decidiu acometer o fechamento de 343 lojas, o 58% do total, e três armazéns para tentar dar maior estabilidade a sua operação à espera, então, de definir novas decisões estratégicas.

O péssimo negócio carioca

O conselheiro delegado de Grupo Dia, Martín Tolcachir, já adiantou no final de fevereiro, depois da apresentação dos resultados de 2023, que se estava a avaliar sua saída de Brasil depois do impacto negativo que tem tido o negócio carioca nas contas anuais.

"Desde sua chegada a Brasil em 2001, Grupo Dia tem realizado um forte investimento e esforço no país que não tem obtido a volta esperable, situação que tem desembocado finalmente na decisão de se focar em Espanha e Argentina, onde actualmente Grupo Dia tem conseguido uma posição relevante com uma estratégia centrada na distribuição alimentar de proximidade", sublinha a companhia num comunicado.