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Se apostas pelo bem-estar animal, os ovos de Alimerka não são para ti
A corrente de supermercados mais importante de Astúrias leva o eslogan "Cuida meu meio" estampado em seus camiões, mas tem a seus gallinas enjauladas
Nascida em 1982, Alimerka é a "empresa privada mais importante de Astúrias com mais de 160 estabelecimentos", segundo o presidente de Astúrias, Adrián Barbón. De facto, é a Mercadona do Principado com uma quota de mercado de 35,4%, mais que nenhuma outra corrente de supermercados. O único problema é que, em matéria de bem-estar animal, segue ancorada no passado.
"Cuida meu meio", pode-se ler no lateral dos camiões de Alimerka. No entanto, a corrente asturiana é das poucas em Espanha que ainda não se comprometeu publicamente a deixar de vender ovos de gallinas enjauladas.
Alimerka passa do bem-estar de seus gallinas
"Pedimos-lhes o compromisso de ovos livres de jaula, mas pertencem a Grupo IFA, e, apesar da campanha que levamos a cabo, não fizeram nada", lamentam desde Igualdade Animal, a oenegé que tem liderado a luta em favor do bem-estar das gallinas em Espanha, sobre como Alimerka passa do bem-estar das aves que põem seus ovos.
Se um consumidor joga um vistazo aos ovos da marca própria de Alimerka, todos são de gallinas que malviven enjauladas e hacinadas. "Estão fechados em banda desde 2017", coincide o director do Observatório de Bem-estar Animal, Guillermo Moreno, sobre a falta de compromisso da corrente asturiana.
Alimerka e sua falta de compromisso
A transição das principais correntes de supermercados a sistemas livres de jaulas em Espanha é imparable. Todas as grandes já se comprometeram a deixar de vender ovos procedentes de gallinas enjauladas. Mas no top 15 ainda há algumas empresas que se ficaram ancoradas no passado e passam do bem-estar animal. É o caso de BonÀrea , tal e como denunciamos em Consumidor Global faz umas semanas.
E o de Alimerka também causa "estupefacción, essa é a palavra", aponta o responsável por agricultura de Greenpeace Espanha Luis Ferreirim. Os cidadãos a cada vez dão mais importância ao bem-estar animal à hora de consumir um produto ou outro, "por isso é incomprensible que algumas correntes ainda não se tenham comprometido", acrescenta o especialista.
Uma corrente de supermercados "obsoleta"
As correntes de supermercados que não avançam na linha do bem-estar animal "se estão a ficar obsoletas", critica Ferreirim, quem tacha a atitude de Alimerka ou BonÀrea de "retrógrada", pois o compromisso cage-free é o mínimo que podem fazer.
De facto, a Comissão Européia comprometeu-se a eliminar as jaulas dos animais, "ainda que esta medida devia estabelecer-se em 2023 e vai com atraso porque têm recebido pressões muito fortes da indústria alimentar", recalca o experiente.
O papel das administrações
Num palco de crise climática e ambiental, produziu-se um aumento significativo do número de empresas que se comprometem com sistemas de produção que respeitam o bem-estar animal, mas é importante seguir pressionando àquelas que se negam a avançar.
E resulta "imprescindível" que a Comissão Européia se ponha mãos à obra e cheguem "umas mudanças legislativas que vão bem mais lá dos compromissos actuais das empresas", opina Ferreirim. Mais dia menos dia, sucederá. Esperemos que seja cedo.
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