Cinquenta e oito milhões de porcos sacrificam-se a cada ano nos mataderos espanhóis. Uma cifra desproporcionada e injustificada que não ajuda à hora de dar uma morte digna a estes animais.
Ante este palco desolador, o trabalho de denúncia que fazem a Fundação Igualdade Animal e o fotoperiodista Aitor Garmendia resulta de vital importância.
A premiada fotografia de um porco num matadero de Astúrias
Por isso não é de estranhar que a prestigiosa competição internacional de fotojornalismo Siena Awards 2024 tenha reconhecido uma poderosa imagem captada por Garmendia durante uma investigação de Igualdade Animal em mataderos de Espanha.
A fotografia, tomada em novembro de 2023 num matadero de Astúrias, mostra a um porco num cajón de aturdimiento, esperando enquanto os trabalhadores realizam outras tarefas.
Medidas urgentes
Tal e como se aprecia na fotografia de Garmendia, o porco espera inmovilizado dantes de ser aturdido mediante pinzas elétricas (electronarcosis), um processo que, em ocasiões, não se realiza de maneira adequada, o que prolonga o sofrimento do animal.
Ao fundo, outros porcos penduram, ainda vivos, enquanto se desangran lentamente, uma cena que reflete a urgência de uma mudança nas práticas de sacrifício.
Crueldade e negligencia
Este impactante momento faz parte de uma reportagem mais ampla que documenta as práticas crueis e negligentes nos mataderos espanhóis, onde se evidenciaron graves incumprimentos dos regulamentos de bem-estar animal.
A imagem foi reconhecida na categoria Slaughterhouse do certamen, destacando por seu crudeza e capacidade de gerar consciência sobre a realidade que enfrentam milhões de animais na indústria cárnica. "Este reconhecimento não só destaca a qualidade fotográfica de Garmendia, sina que também põe no centro do debate público as condições nas que se encontram os animais nos mataderos de Espanha", incide Javier Moreno, cofundador de Igualdade Animal.