Em dezembro, os consumidores têm enfrentado um aumento significativo nos preços de vários alimentos básicos que anteriormente se beneficiavam de uma rebaja do IVA, segundo um estudo de Facua.
Entre os produtos mais afectados destacam as uvas brancas, as batatas e as cenouras. Este incremento tem acendido os alarmes da população e as autoridades, especialmente ao acercar-se as celebrações navideñas, onde estes produtos são essenciais em muitas mesas.
Os supermercados com maior incremento
De acordo com a análise de Facua, o preço das uvas brancas sem pepitas tem subido uma média de 28% no último mês, situando-as como o alimento com o aumento mais pronunciado.
A maior alça registou-se em Carrefour, onde o preço de uma bandeja de 500 gramas passou de 1,89 euros em novembro a 2,99 euros em dezembro, o que representa um incremento de 58,2%. Ademais, desde setembro, as uvas têm acumulado uma subida de 75%, chegando ao 100% em Aldi, onde o preço se duplicou ao passar de 1,29 euros a 2,59 euros em tão só três meses.
Os produtos em alça
As batatas e as cenouras também têm registado incrementos notáveis. A malha de cinco quilos de batatas subiu um 9% em média durante dezembro, com Carrefour à cabeça ao registar um aumento de 26,2% (de 4,95 a 6,25 euros).
No caso das cenouras, o quilo tem subido um 2% em média com respeito ao mês anterior, mas em Dia o aumento foi de 33%, passando de 0,89 a 1,19 euros.
Quedas e estabilidade em outros alimentos
Não todos os produtos básicos têm seguido esta tendência ao alça. Entre os que têm baixado de preço destacam o azeite de oliva (-6,6%), os alhos (-7,4%), as lechugas iceberg (-1,2%), e as lentejas pardinas (-0,7%).
Em tanto, os preços da farinha de trigo, as cebollas e os champiñones laminados mantiveram-se sem mudanças com respeito a novembro.
O impacto do IVA e a resposta oficial
A subida de preços ocorre num contexto de ajuste do IVA. Desde o 1 de outubro de 2024, os alimentos que anteriormente tinham um IVA de 0% agora se gravam ao 2%.
Enquanto, o Ministério de Direitos Sociais, Consumo e Agenda 2030 solicitou em fevereiro deste ano às correntes de supermercados que demonstrem que os incrementos não respondem a aumentos em suas margens de benefício, algo proibido pelo regulamento. Dez meses depois, não se esclareceu se estas correntes têm respondido.
Limões, a grande subida interanual
Em termos anuais, os limões têm liderado o aumento de preços com um 15% de incremento média. No entanto, alguns produtos têm mostrado descensos, como as cenouras (-7,8%), as cebollas (-6,1%), e o azeite de oliva (-9,9%).
Facua tem recordado que tanto o Governo central como as autoridades autonómicas têm a potestade de sancionar qualquer incumprimento dos regulamentos de preços. Os consumidores seguem à espera de acções concretas que garantam a transparência no mercado de alimentos básicos.