Não correm bons tempos para as marcas de fabricante. O grupo suíço Nestlé tem registado uma queda de seus rendimentos de 2,4% durante os nove primeiros meses de 2024, até os 67.148 milhões de francos suíços (71.481 milhões de euros), pese à subida de preços que tem acometido a multinacional sobre seus produtos.
A queda dos rendimentos de Nestlé deve-se, em parte, ao impacto do tipo de mudança e à debilidade da demanda dos consumidores, segundo tem informado a empresa, que tem revisado à baixa sua previsão de crescimento das vendas para todo o exercício.
A queda dos rendimentos de Nestlé por continentes
A nível geográfico, os rendimentos de Nestlé até setembro diminuíram um 2,6% interanual em Norteamérica, até 18.524 milhões de francos suíços (19.719 milhões de euros), enquanto em Europa a facturação desceu um 1,8%, até 13.900 milhões de francos (14.797 milhões de euros).
Assim mesmo, os rendimentos da multinacional em Ásia, Oceania e África somaram 12.542 milhões de francos suíços (13.351 milhões de euros) em nove meses, um 5,2% mais que um ano dantes, enquanto em Latinoamérica a facturação baixou um 2,3%, até 8.913 milhões de francos (9.488 milhões de euros) e em Chinesa retrocedeu um 2%, até 3.550 milhões de francos (3.779 milhões de euros).
Nespresso também retrocede
De seu lado, a cifra de negócio atingida através de Nespresso durante os três primeiros trimestres caiu um 0,7%, até 4.586 milhões de francos suíços (4.882 milhões de euros), enquanto o negócio de Nestlé Health Science cresceu um 1,3%, até 4.915 milhões de francos suíços (5.232 milhões de euros).
Deste modo, dado o meio do consumidor e as acções adicionais para reduzir os inventários no quarto trimestre, Nestlé tem actualizado sua previsão de crescimento das vendas orgânicas para o conjunto do exercício e agora antecipa um incremento de 2%, em frente ao anterior prognóstico de ao menos o 3%.
As vendas de Nestlé em termos orgânicos
As vendas de Nestlé em termos orgânicos, descontando o impacto do tipo de mudança e as variações do perímetro contábil da empresa, registaram entre janeiro e setembro um aumento anual de 2%, incluindo uma subida de 1,6% do preço. Enquanto o crescimento interno (RIG) foi de 0,5% "afectado pela débil demanda dos consumidores e a vacilação destes para as marcas globais, vinculada à tensão geopolítica".
"A demanda dos consumidores debilitou-se nos últimos meses e esperamos que o meio de demanda se mantenha débil. Dadas estas perspectivas e nossas acções adicionais para reduzir os inventários dos clientes no quarto trimestre, temos actualizado nossas previsões para todo o ano, com um crescimento orgânico das vendas que se espera que seja de ao redor de 2%, em linha com os primeiros nove meses", tem assinalado Laurent Freixe, conselheiro delegado de Nestlé.
Mudanças na executiva
Por outro lado, após que Freixe assumisse as riendas da companhia suíça o passado 1 de setembro depois da renúncia Mark Schneider, o conselho de administração de Nestlé tem anunciado uma série de mudanças na organização da empresa, que entrarão em vigor a partir de 1 de janeiro de 2025, incluindo uma remodelagem de sua junta executiva.
"Uma estrutura de junta executiva mais ágil e uma colaboração estreita da equipa de liderança na sede central aumentarão a simplicidad, acelerarão a tomada de decisões e fortalecerão o impulso por trás das iniciativas globais", indicou Laurent Freixe.
Movimentos na cúpula
Deste modo, as regiões de Latinoamérica e Norteamérica fundir-se-ão para formar a zona Américas (AMS), que estará dirigida por Steve Presley, quem transladar-se-á à sede de Nestlé em Vevey, Suíça. Assim mesmo, a região de Grande Chinesa passará a fazer parte da zona Ásia, Oceania e África (AOA), baixo a liderança de Remy Ejel, enquanto David Zhang deixará o conselho executivo e seguirá sendo presidente e conselheiro delegado de Grande Chinesa.
Por outro lado, a empresa tem informado de que Bernard Meunier tem decidido deixar o conselho de administração o 31 de março de 2025 e será sucedido por David Rennie, actualmente responsável por Nestlé Coffee Brands, como responsável pelas Unidades Estratégicas de Negócio (SBU) e de Marketing e Vendas. A sua vez, Béatrice Guillaume-Grabisch, responsável por Recursos Humanos e Serviços Empresariais, tem decidido deixar o cargo e procurar novas oportunidades profissionais, depois do que este área dividir-se-á em suas diferentes funções para sublinhar a importância da cada uma delas.