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"Iogurte sabor a" e não "iogurte de": o erro da Eroski nos rótulos online

Segundo os especialistas, o supermercado basco utiliza técnicas de marketing em linha para nomear os produtos no seu sítio Web de uma forma que pode levar a uma perceção enganosa da realidade.

O logo da Eroski / EROSKI
O logo da Eroski / EROSKI

Não é a primeira vez que um supermercado ou revendedor comete uma falha na rotulagem online de algum produto. Às vezes, para posicionar melhor os artigos e que o consumidor chegue mais rápido a eles, e outras simplesmente por dar um nome mais atraente ao produto.

É o caso recente da Eroski, a rede basca de supermercados, que denomina no seu site os iogurte com sabor a frutas como se estes as tivessem nos seus ingredientes. Trata-se de uma nomenclatura errada, segundo o Real Decreto 271/2014 que regula a Norma de Qualidade para o iogurte.

Um iogurte de frutas que não leva frutas

O produto mais especificamente é este iogurte com sabor a frutas da marca Eroski e que se pode comprar online no seu site. O supermercado denomina este lacticínio como Iogurte de morango-banana-limão, dando a entender ao consumidor que entre os seus ingredientes há frutas.

Yogures con sabor a frutas mal denominados en la web de Eroski / CG
Iogurtes com sabor a frutas mal denominados no site da Eroski / CG

No entanto, se verificar a rotulagem, os ingredientes destes iogurtes são o leite, os fermentos lácteos e os aromas e corantes. Não existe qualquer vestígio de fruta. De acordo com a regulamentação, uma vez que não contêm estes ingredientes, a designação exacta seria iogurte aromatizado ou iogurte aromatizado, uma designação que aparece na rotulagem física do produto.

Uma prática que pode confundir o consumidor

"É uma questão de márketing digital. Ainda que o rótulo físico esteja bem, a afirmação que utiliza no seu site pode confundir o consumidor. Se põem-lhe 'de frutas' pode-se pensar que tem frutas ou é mais atraente para a venda. Tem que pôr 'sabor a', como no físico", sustenta Rafael Urrialde, doutor em Ciências Biológicas e especialista em segurança alimentar.

Urrialde explica à Consumidor Global que a Eroski pode estar a infringir a regulamentação, uma vez que estes iogurtes não contêm os ingredientes que estão implícitos no nome. "É uma situação comercial que tem de ser ajustada aos regulamentos, mas também é lógica. Se não contém fruta, não se pode dizer 'de', tem de se dizer 'aromatizado', como outros produtos que não têm os ingredientes ou não atingem a percentagem necessária", salienta o professor.

Eroski reconhece e corrige o erro

A Consumidor Global pediu explicações ao Eroski por este incumprimento das normas na designação de alguns produtos no seu site. Consultada por esta redação, a cadeia de supermercados corrigiu o erro. "O nome não está correto. Trata-se de um erro que corrigimos no sistema e que será corrigido em breve no sítio Web", salientam fontes da empresa.

Un supermercado Eroski / EP
Um supermercado Eroski / EP

"Na Eroski aposta-se por uma alimentação ética e sustentável e o compromisso com a transparência alimentar é uma prioridade, e mostra disso é a implantação de forma pioneira no setor em Espanha de rótulos que dão informação clara e precisa às pessoas consumidoras", acrescentaram.

Acabar com "as frutas grandes" do packaging

Na opinião do professor Rafael Urrialde, estes erros dão-se por "a falta de técnicos ou profissionais alimentares que supervisionem a informação antes de lançar os produtos nos sites para cumprir com a legislação européia e espanhola", argumenta.

Por outro lado, o professor assinala que teria que rever os desenhos das embalagens com os quais se comercializam estes produtos. "É algo no qual todos deveríamos avançar. Têm que desaparecer as imagens de frutas nos iogurtes que têm aromas. Poderiam levar a cor que representa essa fruta, mas não mais. Deveria ser uma exigência de todas as associações de consumidores", opina.

O açúcar nos iogurtes

Por outro lado, este especialista em segurança alimentar defende a revisão do Decreto Real 271/2014, que aprova a Norma de Qualidade dos iogurtes, e a inclusão de uma nova categoria, pois afirma que a quantidade de açúcar nos iogurtes aromatizados raramente é tida em conta.

No caso dos iogurtes Eroski, estes contêm 11g/100g, um valor suficientemente elevado, na opinião do professor, para não serem designados como iogurtes açucarados. "O Decreto Real deve ser modificado porque, tal como está contemplada a designação de iogurte natural e iogurte natural adoçado, não está contemplada a designação de iogurte aromatizado adoçado, quando deveria estar claramente indicado que contêm açúcar suficiente", defende.

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