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O falhanço de Coca-Bicha e Jack Daniel's: os amantes do whisky aborrecen sua nova (e cara) bebida

Ambas marcas se uniram para criar uma bebida com um 5% de álcool que não conquista nem aos seguidores do refresco nem aos do licor

Ana Siles

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Coca-Bicha e suas colaborações são um clássico. A companhia americana costuma unir-se a artistas e outras marcas para lançar novos produtos que conquistem paladares.

No entanto, estas fusões não sempre triunfam. É o caso da nova bebida de Coca-Bicha com Jack Daniel's. Dois gigantes amplamente conhecidos que têm apostado por uma bebida convertida num reclamo publicitário com um sabor que deixa muito que desejar.

Coca-Bicha & Jack Daniel's

A nova bebida de Coca-Bicha vem em formato de bata e com um tamanho de 330 mililitros. Na embalagem, a cor vermelha que caracteriza ao refresco só está presente ao nome da marca. O resto está teñido de cor negra com letras brancas onde se pode ler o nome de "Jack Daniel's, old nº7 brand".

Coca-Bicha & Jack Daniel's / ÒSCAR GIL COY

Também não passa desapercibido o detalhe da percentagem de álcool. A mistura contém um 5%, menos graus que o licor original (40%). Mas, sem dúvida, o que mais criticam os consumidores é o preço da nova Coca-Bicha: 2,89 euros em supermercados como Carrefour e até 4,99 em pequenas lojas de alimentação urbanas.

"Uma porta primeiramente ao consumo de álcool"

Já se sabe que tanto as bebidas alcohólicas como os refrescos se caracterizam pelo alto conteúdo em açúcar. Pablo García Gómez, nutricionista e colaborador de Doctoralia, explica a este meio que o álcool é a segunda substância mais calórica após as gorduras, mas a diferença destas, é um tóxico para o organismo.

Este experiente sublinha que a mistura preparada de refrescos e licores se converte "numa porta primeiramente ao consumo de bebidas destiladas para quem normalmente não as consomem". A razão principal é uma embalagem prática, que também se utiliza em outras bebidas como a cerveja.

Coca-bicha & Jack Daniel's / ÒSCAR GIL COY

Um "win to win"

O experiente em marketing Francisco Torreblanca explica a este meio que este tipo de colaborações procuram um "win to win". Isto é, ambas marcas devem obter algo. "Coca-Bicha ganha porque associa-se a uma assinatura de prestígio e Jack Daniel's aproveita a grandísima rede de distribuição que tem Coca-Bicha", explica Torreblanca.

Ademais, há que recordar que a marca americana joga com uma grande vantagem a seu favor: a fidelidade de seus seguidores. Este tipo de produtos não só reforçam essa fidelidade com sua pública sina que, ademais, contribui conveniência e comodidade ao oferecer um formato fácil de levar, abrir e tomar.

Um reclamo publicitário que decepciona

Paco Lorente, também experiente em marketing, coincide com Torreblanca em que a nova Coca-Bicha não é mais que um reclamo publicitário por várias razões. Em primeiro lugar, pelo público objectivo. "Está pensado para um consumidor que é menos sensível ao preço e procura mais a comodidade", destaca Torreblanca. Em opinião de Lorente, é um produto que está focado aos fãs do refresco.

Em segundo lugar, pelo impacto mediático que têm estas fusões. "São colaborações muito efémeras que impactam a nível mediático e o packaging adquire um papel protagonista. É um produto que procura mais o reclamo publicitário a que esteja extraordinário e seja singular", conclui Lorente.

O veredicto Consumidor Global

Consumidor Global tem posto a prova a nova Coca-Bicha com Jack Daniel's com diferentes catadores. Os bebedores habituais de whisky deixam claro que o licor brilha por seu esencia.

Para as pessoas que bebem habitualmente o refresco é uma Coca-Bicha com sabor rancio e forte. "Cheira a cubata, mas mal se nota o whisky. É uma sosería. Como uma Coca-Bicha passada. Um jarabe, vamos", limpa um dos catadores.