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A decisão de Starbucks que irrita aos clientes: não passa no resto de cafeterias
Acabou-se isso de ficar para fazer um trabalho de classe e o clássico livre acesso ao Starbucks, as novas medidas da corrente de cafeterias já não permitir-te-ão te ficar tardes inteiras como se fosse tua casa
A corrente de cafeterias Starbucks leva em ativo mais de quarenta anos desde que começasse sua expansão global em 1996, 25 anos após sua fundação. Sua primeira incursão internacional foi em Tokio, Japão, onde abriu uma loja que marcou o início de sua presença fora de Estados Unidos.
A partir daí, Starbucks cresceu rapidamente em Ásia e outras regiões, com aberturas em países como Reino Unido (1998), Chinesa (1999) e México (2002). Actualmente, Starbucks opera em mais de 80 países e conta com dezenas de milhares de lojas em todo mundo, se consolidando como uma das marcas mais reconhecidas a nível global.
Starbucks e suas medidas para fazer que seus clientes consumam
Seguro que a ti também te sucede, é nomear à popular corrente de cafeterias e nos lembrar daquela cita de três horas que não saiu tão bem como queríamos. Aquele trabalho da universidade que durou toda a tarde e um sinfín de situações mais que nos levam à ideia dessa política de empresa de não jogar aos clientes e lhes permitir estar ali por horas ainda que só tivessem pedido um café. Uma estratégia que parece não ser já do gosto da cafeteria, dados as recentes mudanças na política de acesso a seus estabelecimentos.
O verdadeiro é que Starbucks não está a atravessar seu melhor momento, enfrentando uma diminuição na quantidade de clientes que tem resultado numa queda significativa em suas vendas, especialmente em Estados Unidos. Esta situação, similar à que enfrentam outras multinacionais como McDonald's, tem levado ao novo CEO da companhia, Brian Niccol, a implementar um plano que procura voltar às raízes da marca, quando as cafeterias se destacavam por ser espaços mais singelos, comunitários e acolhedores.
Starbucks: novas políticas para enfrentar a queda de vendas
Starbucks tem conseguido consolidar-se em grande parte do mundo não só por suas bebidas, sina também pelo atractivo de suas cafeterias como lugares cómodos para passar o tempo, com uma calefacção ou ar acondicionado —sempre idôneos— que faz o espaço um lugar com uma temperatura muito agradável, bem como o confort dos sofás. Tanto é de modo que é habitual encontrar pessoas de todas as idades permanecendo nestes espaços durante horas, às vezes com uma sozinha compra ou inclusive sem consumir nada após se ter tomado seu café com seu nome e à respectiva carita desenhada.
No entanto, esta dinâmica poderia estar a chegar a seu fim. De acordo com um reporte exclusivo de The Wall Street Journal, Starbucks tem começado no ano introduzindo um novo código de conduta com o propósito de "melhorar a segurança e a experiência dos clientes e empregados". Em termos práticos, isto implica que já não será possível permanecer nas cafeterias ou utilizar os banhos sem realizar uma compra prévia, daí que todos os serviços levem um código —refletido no ticket— para poder aceder a estes. Algo que já tem enfadado a muitos clientes.
Será suficiente para frear o declive?
Esta mudança, por agora limitado aos estabelecimentos de Starbucks em Norteamérica, responde a um mercado onde a companhia tem experimentado maiores perdas, com uma diminuição nas vendas tanto de alimentos como de bebidas. Apesar de que os locais seguem sendo coincididos, muitos clientes têm reduzido seu nível de consumo, utilizando as instalações para descansar, ligar à rede wifi gratuita ou simplesmente passar o tempo.
Os diretores de Starbucks já tinham manifestado preocupação pelo perfil de público que frequenta os locais, um problema que também assinalavam os próprios empregados. Numa carta enviada nesta semana, Sara Trilling, presidenta de Starbucks em Norteamérica, expressou que "é necessário reajustar as expectativas sobre o uso de nossos espaços e quem os utilizam".
Adeus a usar o banho sem comprar uma bebida
Com o novo código de conduta, Starbucks procura transformar suas cafeterias em meios mais agradáveis e seguros. Para isso, a companhia planea instalar señalización que proíba condutas como o assédio, a linguagem amenazador, actos de violência, consumo de álcool fosse do local, fumar e mendigar em seus estabelecimentos.
Esta decisão marca um giro com respeito à política de acesso livre que Starbucks tinha implementado nos últimos sete anos. Em 2018, um incidente numa sucursal de Filadelfia gerou um intenso debate depois da detenção de dois homens que tentaram usar o banho sem ter realizado uma compra. O episódio, que provocou acusações de discriminação racial, levou à companhia a adoptar uma política inclusiva que agora está a ser revisada.
Segundo o adiantado por WSJ, as novas medidas entrarão em vigor o 27 de janeiro nos mais de 11,000 estabelecimentos que Starbucks opera em Norteamérica. A partir dessa data, as cafeterias, terraços, pátios e banhos estarão reservados exclusivamente para clientes, seus acompanhantes e empregados, exigindo aos utentes consumir para aceder a estes espaços.