"O segredo está na massa" é o conhecido slogan da Telepizza, mas o mesmo lema poderia servir de credo uma infinidade de marcas, como aos fabricantes de salgados. Estaladiços por fora e macios por dentro, perfeitos para partilhar, versáteis, económicos e saborosos. Mas, nas últimas semanas, algo mais difíceis de encontrar: Buitoni reconheceu que deixou de produzir as suas clássicas wafers (ou seja, as folhas finas utilizadas para as formar) por não conseguir encontrar a farinha adequada.
De facto, ante as perguntas de consumidores preocupados que não encontravam o produto nos lineares, a Buitoni reconheceu no X (antes Twitter) que teve que "suspender temporariamente o fabrico e venda das nossas wafers durante três meses e Minipizzas Buitoni durante um mês" por causa de "uma falta de abastecimento de farinha que cumpra com nossas especificações técnicas para garantir a qualidade dos nossos produtos".
Porque falta farinha
Para alguns consumidores, esta ausência é um pequeno drama, mas provavelmente seria pior que a Buitoni continuasse a fabricar e comercializar as suas wafers com uma farinha de pior qualidade. De facto, isto poderia afectar a elasticidade e a coesão da massa. Quiçá Buitoni tenha pensado que, para fazer mal, melhor não o fazer. Quanto à escassez, segundo explicam diferentes meios que recolheram a opinião de especialistas do sector, como El Comidista, os problemas de abastecimento de farinha poderiam explicar-se pela guerra de Ucrânia.
Seja como for, o assunto deu origem a uma série de piadas nas redes sociais. "Um internauta no X. "Metade do país está preocupado porque as bolachas La Cocinera desapareceram e eu gostaria de ajudar dizendo que, se tiveres uma mercearia que venda produtos orientais por perto, as folhas de massa wonton são perfeitas. E já agora, podem comprar arroz, legumes e outras coisas muito boas", recomendou outro.
Alternativas aos salgados da Buitoni
Assim, enquanto os consumidores esperam que as wafers da Buitoni regressem aos lineares, devem procurar alternativas. Uma delas é, certamente, optar por folhas de massa wonton, que se utilizam para envolver um prato que poderia se definir como o ravioli asiático.
É claro que também é possível cozinhá-los em casa. Como nos recorda o sítio Web da Lekue, o fabricante da famosa caixa de vapor, a massa de pastelaria pode ser preparada num robot de cozinha ou à mão, e não é uma tarefa muito complicada. Para que as bordas fiquem realmente estaladiças, recomenda-se que as pincele com ovo batido antes de as colocar no forno.
Como fazer a massa
Para preparar a massa de uns 20 salgados bastam uns 200-250 gramas de farinha de trigo comum, 100 ml de água quente, 50 gramas de azeite (também há quem opte pela manteiga, mas sempre é mais recomendável o AOVE), um ovo e uma pitada de sal.
Num taça, a farinha mistura-se com o água. A seguir acrescenta-se um ovo e segue-se removendo com uma colher até que tudo fique bem unido. Depois, estende-se a massa na bancada, sobre a qual se polvilha um pouco mais de farinha, e forma-se uma bola compacta, que deve repousar durante cerca de 10 minutos. Por fim, basta formar pequenas unidades (em forma de bolas, que depois são achatadas uma a uma), cortá-las, recheá-las e levá-las ao forno.
Salgados congelados
Ademais, sempre se pode recorrer aos salgados congelados, ainda que é evidente que serão piores que ao caseiros em termos nutricionais e de sabor. A Mercadona, por exemplo, comercializa os seus de atum numa embalagem na qual vêm entre 14 e 17 unidades e custa 1,90 euros. Na frigideira cozinham-se durante 4 minutos, e também se podem preparar na air fryaer, ainda que neste caso há que esperar 8 minutos até que estejam prontas.
Os de La Cocinera, tanto os de carne como os de atum, são muito mais caros: o pacote de 10 unidades custa 5,05 euros. Podem ser cozinhadas no forno. "As nossas empadas de carne são feitas de acordo com a receita tradicional, com uma massa estaladiça que cobre um recheio requintado. Prontos em apenas alguns minutos, estes pastéis são perfeitos para um lanche ligeiro rápido e fácil", explica a marca.
Arepas, quesadillas ou chamuças
Ademais, para sair da monotonia também se pode apostar pelas arepas, um prato típico de Venezuela e Colômbia cuja base é a farinha de milho. Podem-se rechear com uma grande variedade de ingredientes, como carne, queijo, feijões negros, abacate ou frango.
Outras opções algo mais diferentes são as quesadillas (panquecas de milho ou trigo recheadas, que se preparam em pouquissimo tempo na chapa ou numa frigideira e nas quais a estrela é o queijo) ou as chamusas, salgados triangulares de origem índio recheadas de batata, ervilhas, cebola, carne ou especiarias.