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Copos de plástico para tomar o café no bar, a moda que assusta os ambientalistas
Muitos estabelecimentos de restauração estão a seguir a tendência da Starbucks, encorajando desnecessariamente o consumo de plásticos de utilização única.
A Espanha despeja mais de 130 toneladas de plásticos no mar todos os dias, um número que nos torna o segundo país da Europa que mais despeja plásticos e faz do Mediterrâneo a bacia com a maior densidade de microplásticos a flutuar nas suas águas em todo o mundo, segundo um relatório de Greenpeace, mas é muito fixe beber o nosso café numa chávena de celulose com uma tampa de plástico na esplanada de um bar.
Vai com os seus colegas de trabalho tomar café no bar do costume, ao pequeno-almoço ou depois do almoço, aproxima-se do bar, cumprimenta-o, faz o pedido e perguntam-lhe: “Leite normal? “Sim, sim, leite normal”. E depois, apesar de o empregado saber que o vai beber no local, vem a aberração: “Num copo para levar? “Não, por favor, num copo normal”. Quando chega à mesa, o seu copo é o único, e está rodeado de copos de celulose selados com plástico. Porquê? Ainda não aprendemos nada?
Copos de plástico para beber o café no bar
"Sim, vi-o. É um tema de moda e marketing. Uma tendência de mercado", diz o fundador de Con Gusto Consulting, Manel Morillo, que afirma que Barcelona, Madrid e Valência, entre outras cidades, estão cheias de imitadores do formato Starbucks.
"Vais ao balcão, pagas e consumes onde queres. O operador, a propriedade, não distingue entre consumo dentro ou fora do local e directamente to entregam num copo para levar", acrescenta o perito.
Formato XXL e falta de tempo
Esta abordagem por parte dos estabelecimentos de restauração deve-se à flexibilidade do consumo, uma vez que as bebidas de café estão a tornar-se cada vez mais longas (formatos XXL) e alguns clientes saem com café com leite ou chai lattes a meio gás, de acordo com Morillo. Mas a verdade é que mesmo os cafés curtos são servidos num mini copo de celulose com uma tampa de plástico de utilização única, pelo que se trata também de uma questão de praticidade para os estabelecimentos.
“Trata-se de transferir a escolha do tipo de consumo para o cliente, quando antes era nas instalações ou no exterior”, resume o especialista, que reconhece que, do ponto de vista da sustentabilidade, ‘há uma falta de cultura e de importância’.
Uma moda que assusta os ambientalistas
Os ecologistas são claros quanto a esta moda pouco amiga do ambiente. “O recipiente descartável deve ser a última opção e apenas quando não é possível utilizar um recipiente reutilizável”, lembra Abel Esteban, ativista da Ecologistas en Acción.
Acabamos por adquirir e normalizar este tipo de acções insustentáveis, como a ingestão de embalagens de utilização única, mas “é algo que deve ser evitado porque vai contra a lógica de reduzir ao máximo estes recipientes, que passam no filtro porque são considerados recicláveis, e não faz sentido”, diz o ecologista.
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