Ao louco. Este é o nome com o que Kav Ly tem baptizado seu novo repto empresarial. Uma marca de comida pronta para levar que se soma a outros projectos gastronómicos da chef em Espanha. Entre os mais conhecidos? Sua linha de produtos Ta Tung baixo o paraguas do grupo Galo.
Agora chega o turno da o louco, uma assinatura que apresentou na feira gastronómica mais importante de nosso país, Alimentar, uma faixa de produtos sem precedentes: comida asiática sem gluten. Consumidor Global tem tido a oportunidade de entrevistar à cocinera para saber um pouco mais a respeito de seu maior aposta empresarial este 2024.
--De onde vem o nome da o louco?
--Ao louco começa a produzir comida preparada latina. Comecei a dar-lhe voltadas sobre como podia chamar à marca. Alguns amigos sugeriram-me 'o louco' mas eu lhe acrescentei a letra A, 'Ao louco', como a canção. É fácil de recordar.
--Por que decidiu apostar pela comida latina?
--Minha trajectória em alimentação tem estado centrada em platos precocinados, pelo que é um terreno que conheço bem, tanto se é comida oriental ou não. A raiz da pandemia, pus em marcha um projecto novo de platos precocinados latinos.
--Em que momento surge a ideia da comida asiática sem gluten?
--É um projecto muito inovador. Três ou quatro meses dantes de estar na feira [Alimentar] veio-me a ideia de que a comida sem gluten, seja asiática ou não, está muito demandada. Pusemos-nos a trabalhar em isso e o apresentei na feira Alimentar.
--Não é um pouco arriscado ir a um nicho de mercado tão específico? Comida pronta para levar, asiática e sem gluten.
--Tenho analisado o mercado de produtos asiáticos e tenho um know-how [conhecimento] importantíssimo. Tenho detectado que não há produtos asiáticos sem gluten, ninguém o faz.
--Seu produto é sozinho para celíacos?
--Eu não utilizo nem garbanzo nem nada, uso arroz. Tenho nascido em Camboja e ali aprendi bastante coisas de casa e estive anos trabalhando e desenvolvendo platos precocinados. Todo isso me vai somando, de modo que [a comida sem gluten] não só é para a gente que tem problemas celíacos. É, em general, um produto muito são.
--Há vezes que a comida sem gluten, oferece uma textura diferente. Por exemplo, é o caso do pão. Como tem enfrentado este repto?
--Os platos precocinados asiáticos sem gluten ganham em textura, bem mais que produtos asiáticos com gluten. Posso-lho assegurar.
--Se não me equivoco, acabam de aterrar em Espanha com seus produtos precocinados.
--Em Espanha ainda não estão à venda. Esperamos ter à venda no mercado espanhol dentro de quatro ou cinco meses. Onde si estamos já funcionando é no França.
--E como lhe vai no país vizinho?
--Pois no França estamos a ter muito boa aceitação. Se os produtos precocinados latinos funcionam no França, funcionarão bem mais em Espanha. Portanto, é um bom investimento.
--Qual é o preço medeio com o que trabalharão em Espanha?
--O mercado de alimentos sem gluten tem a perspectiva de que é muito caro mas nosso produto não se pode incluir aí. Sempre trato de me ajustar ao máximo que possa. Por enquanto não lho posso especificar mas lhe asseguro que não é um preço abusivo para os consumidores.
--Poderia indicar-me um parâmetro de preços aproximado?
--A farinha de arroz é cara. Em vez de utilizar farinha de trigo, que custa um euro e pouco, trabalhamos com farinha de arroz que custa entre três e quatro euros. A base principal de nossos platos é esta farinha de modo que sobe o preço final mas também não afecta tanto.
--Como chef, é mais difícil elaborar comida precocinada ou sem gluten?
--Como chef e empresária, este repto me enche muito. Na feira Alimentar temos tido boa aceitação. Também tenho um restaurante em Barcelona e quando o cliente te felicita, te enche muitíssimo. Semear teu conhecimento e que a gente te felicite… não há preço para isso.