O valor da cesta de compra-a disparou-se nos últimos anos, e estes incrementos de preço são ainda mais hirientes em Natal. E é que, apesar de que os dados macroeconómicos de Espanha são positivos, são muitos os lares nos que a perda de poder adquisitivo tem sido muito acentuada. Tanto é de modo que mais da metade dos maiores de 55 anos considera que os preços atuais da cesta da compra e a moradia põem em risco seu estilo de vida.
Assim o reflete o IV Barómetro do Consumidor Sênior, elaborado pelo Centro de Investigação Ageingnomics de Fundação Mapfre.
O jantar de Natal mais caro
Assim mesmo, segundo a plataforma de investimento eToro, as famílias espanholas enfrentam-se neste ano ao jantar de Natal mais caro, com um preço de 67,07 euros para uma família de quatro membros.
Por isso, dois em cada três consumidores tem previsto adiantar seus compras navideñas de carne, pescado ou marisco para aproveitar as ofertas promocionais, segundo os dados do Observatório do shopper de produtos frescos elaborado por Aecoc Shopperview em colaboração com Batatas Meléndez.
Mais de 100 euros
Aldi, de forma similar a eToro, considera que o 74% das famílias espanholas destinará mais de 100 euros durante as celebrações navideñas a comidas ou jantares, tal e como se desprende de seu Relatório sobre a Compra de Alimentos para as celebrações navideñas em Espanha.
A análise revela que o 50% dos lares planea investir entre 100 e 300 euros nestas celebrações, enquanto um 24% estima que sua despesa estará entre 300 e mais de 500 euros. Ademais, um 22% destinará entre 50 e 100 euros. Isto implica que um 70% dos espanhóis não variará sua despesa em comparação com 2023, em frente a um 17% que aumentará sua despesa e ao 13% que reduzirá o orçamento.
Um mais 55% caro que em 2015
A Organização de Consumidores e Utentes (OCU), por sua vez, tem explicado que encher o carrito navideño é na actualidade um mais 55% caro que em 2015.
Estes são os alimentos que mais têm subido de preço nos dois últimos anos, segundo esta entidade, que regista ademais um encarecimiento de 7,3% nos produtos da cesta da compra navideña com respeito ao ano passado:
Produto | Preço (euros/kg) no final de novembro | Preço (euros/kg) o 10 de dezembro | Incremento percentual |
Percebes galegos | 61,68 | 80,39 | 30% |
Merluza ao corte | 13,01 | 15,51 | 19% |
Angulas | 1.154,13 | 1.369,38 | 19% |
Almejas babosas | 23,16 | 25,99 | 12% |
Redondo de ternera | 17,04 | 18,11 | 6% |
Peru inteiro | 6,19 | 6,48 | 5% |
Lubina | 10,46 | 10,85 | 4% |
Ostras (Dúzia) | 26 | 26,64 | 2% |
Granada | 2,93 | 3 | 2% |
Presunto ibério de isca (50%) | 61,54 | 62,09 | 1% |
Besugo | 59,49 | 59,95 | 1% |
Lombarda | 1,90 | 1,92 | 1% |
Langostinos cocidos não congelados (40/60) | 10,76 | 10,76 | 0% |
Pesimismo entre os consumidores
Segundo a OCU, nestas últimas semanas só tem baixado de preço a piña, que é um mais 3% barata que no final de novembro. Com tudo, as perspectivas gerais não são boas: o 24% dos espanhóis acha que a volta à normalidade dos preços não ocorrerá nunca. É uma percepção a cada vez mais compartilhada e que tem aumentado 6 pontos desde o mês de abril, segundo os dados da sétima edição do Monitor do Custo de Vida, elaborado por Ipsos.
Mais especificamente, o relatório assinala que a maioria dos espanhóis (58%) acha que a inflação regressará nos próximos doze meses ou após 2025.
Subidas sustentadas
Na mesma linha, o 70% dos espanhóis considera que o custo de seus compras de alimentos aumentará nos próximos seis meses, bem como o custo das compras do lar (65%). Uma percentagem similar acha que elevar-se-á a despesa de gás e electricidade, além do preço do combustível (60%).
Assim mesmo, o 64% dos espanhóis coincide em que o custo de sociabilizar (bares, restaurantes, cinema e lazer noturno) também será mais caro.
Situação financeira
Por outro lado, a situação financeira mantém-se em Espanha em linha dos dados publicados na última edição: um 37% dos interrogados declara viver com o justo e um 21% assegura encontrar dificuldades. Só um 7% assegura viver comodamente, enquanto um 33% responde que o leva bem.
Estes registros não variam muito entre as pessoas com rendimentos altos desde que começou a escalada da inflação, mas sim se percebe que as pessoas com rendimentos baixos são mais propensas a admitir que passam dificuldades económicas: assim o reconhece um 35% nesta última edição, em frente ao 6% das pessoas com altos rendimentos.